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Paradoxo do comediante

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    Paradoxo do comediante

    Por dicionariodidatica | P | 0 comentários | 29 abril, 2022 | 0

    Paradoxo do comediante. Em um famoso estudo, Diderot formulou o paradoxo inerente à atividade do comediante: quanto mais o ator experimenta as emoções que quer apresentar, menos é capaz de fazer o espectador experimentá-las, pois “o observador contínua dos efeitos que produz, o ator torna-se, por assim dizer, um espectador dos espectadores ao mesmo tempo em que é espectador de si mesmo, e pode assim aperfeiçoar sua atuação”. Este paradoxo se estende ao caso do professor. Se ele produz suas próprias perguntas e respostas matemáticas, ele priva o estudante da possibilidade de agir. Ele deve, portanto, deixar o tempo, deixar as perguntas sem resposta, utilizar aquelas que o aluno lhe dá e integrá-las em sua própria abordagem, dando-lhes cada vez mais espaço… Este esquema idílico pode acontecer desde que o professor produza um saber novo, mas se o saber for determinado com antecedência, esta “liberdade” não é mais que um jogo de ator e o aluno é convidado a ser outro ator, preso a um texto ou pelo menos a um esboço, que ele supostamente deve ignorar.

    O paradoxo sobre o comediante mostra um efeito oposto ao efeito Diénès. Diz que se o professor experimenta na primeira pessoa as relações que quer ensinar, ele não pode devolvê-las aos alunos, mas que se ele não investir o desejo pessoal e a responsabilidade no sucesso de seus alunos, a devolução que ele propõe não pode ser aceita. A relação didática é mantida por um equilíbrio dinâmico entre estes dois efeitos.

    Paradoxe du comédien. Diderot a formulé dans une étude célèbre le paradoxe inhérent à l’activité du comédien : Plus l’acteur éprouve les émotions qu’il veut présenter, moins il est capable de les faire éprouver au sectateur car “observateur continu des effets qu’il produit, l’acteur devient en quelque sort spectateur des spectateurs en même temps qu’il l’est de lui-même et peut ainsi perfectionner son jeu”. Ce paradoxe se prolonge au cas du professeur. S’il produit lui-même ses questions et ses réponses de mathématiques, il prive l’élève de la possibilité d’agir. Il doit donc laisser du temps, laisser des questions sans réponses, utiliser celles que l’élève lui donne et les intégrer dans sa propre démarche en leur laissant une place de plus en plus grande… Ce schéma idyllique peut se dérouler tant que le professeur fabrique un savoir nouveau mais si le savoir est déterminé à l’avance, cette “liberté, n’est plus qu’un jeu d’acteur et l’élève est convié à être un autre acteur, astreint à un texte ou tout au moins à un canevas, qu’il est censé ignorer.

    Le paradoxe sur le comédien montre un effet opposé à l’effet Diénès. Il dit que si le professeur éprouve à la première personne les rapports qu’il veut enseigner, il ne peut en faire dévolution aux élèves, mais que s’il n’investit pas de désir personnel et de responsabilité dans la réussite de ses élèves, la dévolution qu’il propose ne peut être acceptée. La relation didactique s’entretient par un équilibre dynamique entre ces deux effets.

     

    BROUSSEAU, GUY. Glossaire de quelques concepts de la théorie des situations didactiques em mathématiques (1998). In: BROUSSEAU, G. (Org.). Glossaire_V5, p. 01-09, 2010.

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